Dia 20 de janeiro de 1996. De madrugada,
o casal de trabalhadores rurais Oralina Augusta e Eurico Rodrigues dormem em
sua casa, em uma fazenda próxima a estrada que liga Varginha à Três Corações,
em Minas Gerais. Eles ouvem os animais inquietos e Eurico resolve verificar o
motivo. Quando olha pela janela vê um objeto estranho.
Ele chama sua esposa e ficam surpresos
com o que vêem. No céu, um objeto cinza sobrevoa o pasto lentamente, a pouco
mais de cinco metros do chão. Parece um submarino do tamanho de um microônibus.
Solta uma fumaça esbranquiçada, não emite luzes e nem faz barulho. Eurico e
Oralina observam mais alguns minutos até o objeto sumir.
Às 08:00hs da manhã o corpo de bombeiros
de Varginha recebia uma chamada telefônica anônima. A pessoa pedia aos
bombeiros que investigassem uma estranha criatura vista em um parque no norte
do distrito Jardim Andere.
Duas horas depois, os bombeiros chegavam
ao Jardim Andere para fazer a busca no parque. Como esperavam encontrar um
animal selvagem, levaram equipamentos apropriados como jaulas e redes.
Várias testemunhas oculares dizem ter
visto os bombeiros subirem por uma encosta íngreme até as áreas mais
arborizadas do parque.
Enquanto os bombeiros capturavam a
criatura o chefe do grupo entrou em contato com a base militar, que fica perto
do local. O comandante da base, o general Sérgio Coelho Lima, rapidamente
enviou as suas tropas para isolarem o parque.
E porque os bombeiros envolveriam os
militares na captura de um animal?
Um homem, o operário de construção
Henrique José, testemunhou todo o incidente do terraço de uma casa vizinha ao
parque e mais tarde, contou aos investigadores que quatro bombeiros
encurralaram uma criatura com suas redes, aprisionaram-na em uma caixa de
madeira e depois a entregaram aos militares.
A criatura foi descrita como um bípede
de um metro e meio de altura, com olhos vermelhos e pele oleosa e marrom, com 3
protuberâncias na testa e uma pequena abertura em seu rosto parecida com à uma
boca. Testemunhas afirmaram que ela produzia um estranho som semelhante ao
zumbido de abelhas e parecia estar ferida.
Se o general Lima ficou satisfeito com a
eficiência da operação, muito em breve ficaria decepcionado. Mais tarde, no
mesmo dia, o pesquisador de OVNIs Ubirajara Franco Rodrigues, que desconhecia o primeiro
incidente, foi informado de uma outra estranha ocorrência. Uma série de
chamadas telefônicas levaram Rodrigues a entrevistar 3 meninas que diziam ter
visto, por volta das 15:00hs, uma criatura encolhida perto de um prédio do
Jardim Andere (perto do local onde a primeira criatura foi capturada). As
meninas disseram a Ubirajara que a criatura tinha 3 protuberâncias na testa e
que se parecia "com o demônio". Depois do encontro correram
aterrorizadas para casa e contaram o que ocorrera à mãe de duas delas. Enquanto
isso, os bombeiros e militares tinham sido avisados pelos assustados vizinhos
sobre a Segunda criatura, que como a outra, parecia ferida. A rua ficou cheia
de uma multidão que viu como os bombeiros e militares capturaram o ser para
logo desaparecerem.
Foi apenas uma questão de tempo para que
os caminhos de Ubirajara e Pacaccini, um colega ufólogo, se cruzassem.
Pacaccini estava investigando os acontecimentos da manhã do dia 20 sem saber do
segundo incidente. Os dois ufólogos logo perceberam que estavam investigando
dois casos distintos. Unindo forças, lançaram uma campanha solicitando
entrevistas com mais testemunhas.
Não havia dúvidas de que os incidentes
ocorreram no dia 20 de janeiro no distrito de Jardim Andere, porém, os
pesquisadores desejavam saber o que tinha acontecido depois disso. À medida que
as testemunhas prestavam seus depoimentos, um quadro mais claro ia surgindo.
Aparentemente, a primeira criatura
capturada no Sábado de manhã, foi levada para a Escola de Sargentos de Três Corações,
ao sudeste de Varginha. Contudo, nenhuma das autoridades que intervinham no
caso revelaram o que ocorreu depois. Sabe-se apenas que um policial que esteve
presente no incidente do Sábado de manhã tinha sido ferido pela criatura.
Morte
do Policial
O aspecto mais delicado e ao mesmo tempo mais controverso do caso, entretanto, é, sem dúvida, a morte do policial militar Marco Eli Chereze, um dos integrantes do serviço de inteligência que participaram da captura da segunda criatura, ocorrida na noite de 20 de janeiro. Logo nos primeiros meses das investigações, surgiram a partir de outras fontes, principalmente através de um militar da reserva, informações sobre um policial que havia falecido de infecção generalizada após ter tido contato direto com um dos seres. Devido à gravidade da situação, o assunto foi tratado com todo o cuidado pelos pesquisadores envolvidos na investigação, enquanto Ubirajara Rodrigues buscava mais informações.
O ufólogo confirmou num cartório civil em que são registradas mortes em Varginha, que um policial havia realmente falecido pouco tempo depois da captura das criaturas. Ubirajara conseguiu uma cópia do registro de óbito e, através das informações constantes no mesmo, pôde localizar a família do rapaz. Progressivamente, foi ficando claro que um dos militares envolvidos no recolhimento da segunda criatura tinha sido o falecido. Uma mesma testemunha militar empregada anteriormente declarou que teve contato com membros do Exército relacionados com o rapaz morto, e que estes revelaram que, naquela noite, no momento da captura, a criatura teria esboçado uma leve reação e o policial teria tocado sem luvas em seu braço esquerdo. Para alguns de seus companheiros, ele havia sido contaminado de alguma maneira.
A família de Marco Chereze conseguiu, inicialmente, apenas abrir um inquérito na delegacia local, para apurar possíveis responsabilidades médicas que teriam levado à sua morte. Os parentes fizeram isso porque, poucos dias depois de 20 de janeiro, havia surgido um furúnculo numa das axilas do soldado, extraído logo em seguida nas dependências do próprio quartel da corporação. O que mais chamava a atenção da família de Chereze foi a total falta de informações sobre o estado de saúde e a morte do rapaz. Ele foi enterrado e, mesmo assim, meses depois, ninguém sabia exatamente os motivos de seu óbito. O próprio delegado de Varginha que presidiu o inquérito, apesar de sua insistência perante à corporação militar em que Chereze servia, não conseguiu ter acesso à documentação oficial ligada à necrópsia do soldado. A sonegação de informações sobre tal fato é simplesmente um desrespeito à família.
Somente quando o Caso Varginha completou um ano, em 20 de janeiro de 1997, após o acobertamento público por parte de Ubirajara Rodrigues e Wallacy Albino de mais esta grave peça do quebra-cabeça, em meio a uma reunião com a imprensa, é que a família, o delegado e os pesquisadores envolvidos tiveram acesso ao laudo. Segundo seu conteúdo, Chereze morreu em virtude de uma infecção generalizada em seu organismo. O policial teria chegado em casa, numa certa noite após a captura da criatura, sentindo fortes dores nas costas. Ele começou a apresentar um processo gradativo de paralisia, além de febre. Devido ao agravamento de seu estado, acabou sendo levado para o Hospital Bom Pastor, onde ficou praticamente isolado da família, permanecendo internado por vários dias. Seus familiares – em especial sua irmã Marta Antônia Tavares, que ia com mais freqüência ao hospital – não conseguiam entrar em contato sequer com o médico responsável pelo tratamento de Chereze, e muito menos descobrir qual era sua doença.
Poucos dias depois de sua internação, o soldado foi finalmente transferido para o Hospital Regional do sul de Minas, também em Varginha, exatamente o mesmo para onde ele próprio teria levado, na noite de 20 de janeiro, a criatura que capturou. Chereze foi levado diretamente para o Centro de Tratamento Intensivo da instituição, onde veio a falecer exatamente às 11h00 do dia 15 de fevereiro – 26 dias após seu envolvimento com o ser extraterrestre. Apesar de terem sido feitos todos os testes e exames possíveis, em busca de um diagnóstico, a verdade é que isto não foi conseguido a tempo, como declarou o próprio delegado que presidia o inquérito, em seu relatório ao juiz. Simplesmente, os médicos que trataram Chereze não sabiam como combater a doença que ele tinha.
Depois que divulgamos detalhes a respeito de sua morte à imprensa presente na reunião que marcou o primeiro aniversário do caso, o comando da Polícia Militar de Minas Gerais desmentiu imediatamente os fatos aqui publicados – inclusive que Chereze estivesse de serviço na noite do dia 20 de janeiro. Isso apesar da família declarar o contrário com veemência. Nesse ponto da narrativa, é importante lembrarmos que foi justamente a criatura encontrada e capturada pelo policial que também saiu morta de tal encontro, após vários dias de internação num outro hospital da cidade, o Humanitas. Haveria alguma ligação entre esses óbitos? E o que dizer dos animais que faleceram no zoológico de Varginha, nos dias que precederam o avistamento de uma terceira criatura? De que maneira fazem parte dessa trama? São questões para as quais ainda não temos respostas. Parece claro para este autor, entretanto, que a morte de Chereze pode ter se transformado na peça menos controlável e mais perigosa do processo de acobertamento imposto pelos militares da ESA e do Exército brasileiro.
Operação
“Anões Grávidos”
Pacaccini e
Ubirajara averiguaram que a segunda criatura fora internada no hospital
regional de Varginha na últimas horas da tarde.
No mesmo dia (sábado) ou manhã seguinte, a criatura, que como a outra estava ferida, era transferida para o hospital Humanitas de Varginha, situado a 1,5km de distância do outro hospital. O Humanitas, segundo fontes médicas, teria mais recursos para tratar de seus ferimentos.
Testemunhas do hospital Humanitas disseram que a criatura não resistiu e que foi declarada morta às 18:00hs daquela tarde do dia 22 de janeiro. Logo em seguida, pelo menos 15 médicos, vários oficiais militares, policiais e bombeiros entraram no quarto onde jazia a criatura em um ataúde de madeira. Parece que um dos médicos introduziu uma pinça cirúrgica dentro da diminuta boca da criatura e retirou lentamente uma língua branca. Em seguida, ao abrir a pinça, a língua retraiu-se de imediato.
As mesmas testemunhas também disseram que a criatura tinha 3 dedos e, novamente, 3 protuberâncias na testa. Não possuía órgãos sexuais, mamilos e umbigo. Parecia ter articulações nas pernas, que estavam feridas e enrugadas e sua pele coincidia com as primeiras descrições: de cor marrom e textura oleosa.
Em seguida, a tampa do ataúde foi aparafusada e dois militares com máscaras e luvas envolveram-no em um invólucro de plástico negro antes de guardá-lo em um caminhão estacionado do lado de fora. Bem cedo na manhã, um comboio de caminhões militares saiu de Varginha. Acredita-se que a criatura tenha sido transportada para a Unicamp, a 320km ao sul de Varginha.
Um dos
principais fatos que demonstram que algo de muito estranho e anormal ocorreu em
20 de janeiro de 1996, na cidade de Varginha, com envolvimento e acobertamento
por parte de nossas autoridades, foram as enormes contradições que os
comandantes da Escola de Sargentos das Armas (ESA) manifestaram quanto à
seqüência das ocorrências. A instituição, que fica na vizinha Três Corações,
esteve diretamente envolvida no processo de captura e transporte das criaturas,
mas seu comando acabou cometendo graves erros ao tentar explicar o contrário à
imprensa.
Em 08 de maio de 1996, o general-de-brigada Sérgio Pedro Coelho Lima, comandante da ESA na ocasião, compareceu a uma entrevista coletiva em que leu um comunicado da instituição que comandava, afirmando que “nenhum elemento ou material da Escola teve qualquer ligação com os aludidos acontecimentos daquele dia [20 de janeiro], sendo inverídica toda e qualquer comunicação contrária”. E insistiu com os jornalistas que nada de anormal havia ocorrido na cidade.
Tempos depois, durante uma reportagem para a rede BBC, de Londres, num programa que acabou sendo adquirido pela Discovery Channel e exibido no Brasil em 1999, durante a série Semana da Invasão Extraterrestre, uma grave contradição viria à tona. O major Calza [Foto], que participou ao lado do general Lima da divulgação da primeira versão oficial da ESA, aparece no documentário com uma nova versão para os fatos. Segundo ele, a instituição já admitia estar envolvida com os acontecimentos na cidade de Varginha. Calza afirmou na reportagem que “naquela data havia um anão, desfigurado e mentalmente retardado, que estava muito machucado devido à chuva de granizo que havia ocorrido naquela cidade, e assim, estava andando por Varginha assustando os moradores locais, junto de sua esposa, também anã, que além de tudo estava grávida e para dar a luz”. Calza garante que ela teria sido levada com o caminhão do Exército para o Hospital Regional do Sul de Minas, justamente no mesmo dia, hora e local para onde foi levada a segunda criatura capturada.
Registros
do Radar e o envolvimento americano
Durante
suas investigações, Pacaccini entrevistara um operador de radar do exército
aéreo brasileiro. Esse operador revelou que os EUA entraram em contato com o
exército brasileiro e avisaram que estavam seguindo o rastro de um OVNI que
entrava no espaço aéreo brasileiro. O alerta chegou completo, com as
coordenadas de longitude e latitude, porém, os norte-americanos, não puderam
dizer se o OVNI aterrissaria sem se acidentar.
O
estranho objeto de cor cinza foi, observado pelo casal Oralina e Eurico, entre
Varginha e Três Corações. Pacaccini também averiguou que em Varginha haviam
ocorrido várias aparições nos dias anteriores aos incidentes.
Pacaccini também considerou a possibilidade das duas criaturas cativas possuírem uma origem humana, possivelmente, o resultado de uma experiência falha do exército. Se não for o caso, poderiam realmente ser extraterrestres, cuja nave acidentada nas proximidades do distrito de Jardim Andere, onde as criaturas foram encontradas.
Porém, se ocorreu um acidente, qual foi o local do impacto?
Um operador de radar do Rio de Janeiro afirmou que, desde o final de 1995, UFOs vinham sendo detectados cada vez com mais freqüência sobrevoando o sul de Minas. Segundo ele, esta atividade cresceu ainda mais a partir do dia 13 de janeiro de 1997. Nessa data, segundo o piloto de ultraleve Carlos de Souza, um objeto voador não identificado e de aparência metálica, em forma de charuto, caiu numa fazenda próxima à Rodovia Fernão Dias, entre as cidades de Varginha e Três Corações. Souza era a mais nova testemunha do caso, localizada pelo ufólogo Claudeir Covo. Ele alega ter observado o aparelho ainda em vôo, em chamas, que seguiu a trajetória da rota até o suposto lugar da colisão. Ao chegar ao ponto de impacto, situado na Fazenda Maiolino, teria encontrado militares do Exército recolhendo os destroços.
Segundo o piloto, que se dirigia a um local onde aconteceria um campeonato de ultraleve, havia no local dois caminhões, uma ambulância militar e um helicóptero – mas nenhum sinal dos possíveis ocupantes do artefato. Souza alega ainda que, ao ser notado pelos militares, foi expulso da área e posteriormente seguido. Ao parar num posto de gasolina da Fernão Dias, foi abordado por uma pessoa não identificada, que havia chegado ao local com um acompanhante, ambos num carro Opala.
O cidadão abordou o piloto e “sugeriu” que esquecesse o que tinha visto. Na realidade, segundo a testemunha, houve mais do que uma simples sugestão: um tom de ameaça no ar. Souza preferiu seguir o conselho, permanecendo em silêncio durante vários meses, até que, lendo uma matéria sobre o caso resolveu procurar o pesquisador e relatar o sucedido. Em relação à queda de uma nave não terrestre em Varginha, existem outras confirmações de sua ocorrência inequívoca, entre elas testemunhas militares que também revelaram ter visto chegar à ESA dois caminhões carregando os fragmentos metálicos. Isso para não falarmos dos depoimentos do senhor Eurico de Freitas e sua esposa, dona Oralina, que informaram ter observado, próximo à cidade, numa madrugada daquela semana, um objeto voador em forma de cilindro e de aspecto metálico, aparentemente com problemas, voando baixo e soltando algo semelhante à fumaça.
Mas, se as primeiras referências à queda do objeto estão relacionadas ao dia 13 de janeiro, todas as testemunhas até hoje revelam que a primeira criatura foi capturada somente na manhã do dia 20, mais exatamente às 10h30, por membros do Corpo de Bombeiros, no bairro Jardim Andere de Varginha. Participaram de sua captura, segundo nossas fontes, o sargento Palhares, o cabo Rubens, os soldados Nivaldo e Santos. Esteve também no local o próprio comandante dos bombeiros de Varginha, major Maciel, que seria transferido nos dias seguintes para a cidade de Poços de Caldas (MG).
A criatura
estava visivelmente ferida e, após sua captura, feita com a ajuda de uma rede,
foi transferida para uma caixa de madeira e retirada da cidade no interior de
um caminhão do Exército. Em julho de 1999, fui convidado a fazer uma palestra
para um grupo da Ordem Rosacruz de Poços de Caldas, para onde o comandante do
Corpo de Bombeiros de Varginha havia sido transferido após a captura de um dos
seres.
Terceira criatura
Novos
acontecimentos indicam que no acidente havia uma terceira criatura. Em
fevereiro de 1996, quando um motorista fazia uma curva na estrada, os faróis de
seu furgão iluminaram uma estranha criatura a 50m de distância. Quando o
assustado freou, viu que a criatura levantava a mão para proteger os olhos,
"de cor vermelho-sangue", da luz para depois se perder no meio da
noite. O motorista disse também que o ser tinha 3 ou 4 dedos em cada mão.
Não há dúvidas de que algo extraordinário aconteceu no dia 20 de janeiro de 1996, porém muitas perguntas ainda continuam sem resposta. O que terá acontecido à primeira criatura? Quais foram os resultados da autópsia realizada na segunda? E se eram extraterrestres, como chegaram ao local e onde estaria a sua nave? A investigação sobre o episódio de Varginha está longe de ser concluída e tornou-se um dos casos mais importantes da história da ufologia.
Mais duas criaturas
Uma testemunha afirmou que num determinado dia o
comandante lhe confirmou que a história era realmente verdadeira e que, em
termos gerais, não diferia muito do que a própria imprensa havia divulgado
através dos pesquisadores.
Ainda de acordo com o rapaz, Maciel teria dito
que, se ele passasse aquela informação para terceiros, o bombeiro evidentemente
negaria. Além dessa nova peça no quebra-cabeça, outros dois depoimentos
agregaram mais tempero ao caso, o de um militar reformado e o de um civil. De
acordo com eles, por volta das 14h00 de 20 de janeiro, membros do Exército
fizeram uma busca numa mata situada entre os bairros Jardim Andere e Santana.
Foram ouvidos dois tiros e em questão de segundos os militares saíram da mata.
Dois deles estavam carregando sacos de campanha, dentro de um dos quais havia algo que se movia, enquanto, no segundo, apesar de conter alguma coisa do mesmo tamanho, não foi notado movimento. Alguns pesquisadores sugerem que mais duas criaturas foram localizadas e capturadas, talvez atingidas pelos disparos. Mas ainda não existem evidências definitivas que permitam essa interpretação. De qualquer forma, por volta das 20h00 daquele dia, dois policiais militares do serviço de inteligência localizaram e capturaram outra criatura, também entorpecida e no mesmo bairro da cidade. Tudo parece indicar que este segundo ser foi o mesmo que havia sido visto na tarde daquele dia por Liliane, Valquíria e a amiga Kátia.
Militares
Brasileiros
Alguns dos aspectos mais importantes do Caso
Varginha estão relacionados a este ser que, segundo os depoimentos, foi
conduzido após a captura para o Hospital Regional do sul de Minas, situado no
centro da cidade, e horas depois transferido para o Hospital Humanitas, onde
acabou por falecer. Segundo testemunhas civis e militares, todos os esforços
foram efetivados para mantê-lo com vida. Além da testemunha que conheci
pessoalmente, cuja gravação do depoimento em vídeo fui o responsável, Ubirajara
e Pacaccini conseguiram outro relato, também gravado em vídeo, sobre esse
aspecto do caso. O depoimento foi prestado por outro soldado do Exército, que
também participou do comboio responsável pela retirada da criatura da cidade.
Através dessa fita, pudemos ver que o militar estava visivelmente abalado com o
que presenciara.
Como outras, essa testemunha militar também
estava visivelmente aterrorizada e não fez questão alguma de esconder isso em
seu depoimento aos ufólogos. Tais militares descreveram as criaturas da mesma
maneira que Liliane, Valquíria e Kátia, dando ainda mais credibilidade aos
depoimentos civis.
Confirmaram a participação na operação de
retirada da criatura do Hospital Humanitas, entre outros soldados, o capitão
Ramirez, o tenente Tibério, o sargento Pedrosa, os cabos Vassalo e Welber, e o
soldado De Melo. Estava ainda presente, segundo nossas fontes militares, no
interior do próprio hospital, o tenente-coronel Olímpio Vanderlei Santos, que
comandou as operações.
Fala-se também que o general Coelho Lima emitiu uma ordem proibindo os militares de falarem ou entrarem em contato com qualquer ufólogo brasileiro. Porém essas medidas não impedirão que os outros detalhes chegassem aos pesquisadores.
Essa informação sugere que há envolvimento do
governo ou do exército dos EUA no caso. Acredita-se que um norte-americano
esteve presente na manhã do dia 20 de janeiro, quando a criatura foi capturada.
Na última hora daquele dia, um avião de transporte C-5 ou C-17 da USAF foi
visto no aeroporto de São Paulo. Dois dias depois, no aeroporto de Campinas,
perto da Universidade, para onde supõe-se que a Segunda criatura tenha sido
levada, o mesmo avião apareceu. As duas criaturas, uma morta e outra viva,
teriam sido levadas para os EUA?
Existem mais evidências do envolvimento dos EUA.
Em abril de 1996, Luíza Silva, mãe de duas das meninas que viram a Segunda
criatura, disse que 4 estrangeiros a visitaram em sua casa. Os homens,
ofereceram-lhe uma "grande soma" para que convencesse suas filhas a
mentirem sobre o episódio. Quando a Sra. Silva se negou a fazê-lo, os homens
prometeram voltar e foram embora em um Lincoln azul de 1994.
Segundo fatos levantados pelos ufólogos, esta
segunda criatura também foi conduzida, tal como a primeira, para a Escola de
Sargentos das Armas. E na madrugada de 23 de janeiro ambas teriam sido levadas
por um outro comboio para a cidade de Campinas (SP).
Após passarem pela Escola Preparatória de Cadetes
do Exército, foram transferidas para a Universidade de Campinas (Unicamp), onde
pelo menos uma delas foi entregue ao médico legista Fortunato Badan Palhares.
Mas apesar de termos duas testemunhas civis que
garantem inquestionavelmente o envolvimento de Palhares, ele continua negando
publicamente qualquer forma de envolvimento com a história, o que não pode ser
considerado uma surpresa.
Com o passar de algumas semanas, outras criaturas
apresentando os mesmos aspectos foram aparentemente encontradas por civis, em
diferentes pontos da região. A primeira delas foi detectada pela senhora
Terezinha Gallo Clepf, esposa de um dos políticos mais conhecidos da região,
durante uma festa realizada no Restaurante Paiquerê, que fica dentro do
Zoológico de Varginha, na noite de 21 de abril. Dona Terezinha informou que a
criatura apresentava olhos grandes de cor avermelhada, aparentemente sem
pupilas e luminosos. Sua boca não passava de um pequeno traço horizontal.
Praticamente, não dava para se notar o nariz e a pele do ser tinha uma
coloração marrom escura. Apresentava ainda um capacete dourado envolvendo sua
cabeça, que a diferenciava dos seres capturados. O suposto ET estava totalmente
imóvel. Seus olhos, entretanto, abriam e fechavam. Ainda segundo dona
Terezinha, aquele ser estava a apenas 5 m de distância da varanda do
restaurante, para onde havia se dirigido sozinha.
Sobre forte impacto emocional, ela entrou no
salão onde era realizada a festa e pediu para seu marido levá-la embora, só
revelando mais tarde sua experiência. Curiosamente, nos dias que antecederam o
acontecimento, morreram de maneira misteriosa, no mesmo zoológico, vários
animais que, apesar de terem suas vísceras estudadas, não se sabe do que
morreram. “Não foi encontrado qualquer sinal que justificasse o acontecido”,
declarou Ubirajara.
Em maio de 1996, poucos dias depois do incidente
com dona Terezinha, mais uma criatura apresentando semelhança com as
anteriormente descritas foi avistada, desta vez aparentemente tentando
atravessar a estrada que liga Três Corações à vizinha Varginha. A testemunha
foi o estudante Ildo Lúcio Gardino e o encontro aconteceu quando ele passava
com seu carro bem em frente à propriedade de onde o casal Eurico e Oralina teve
o avistamento de uma nave em forma de fuso, no mês de janeiro.
Homens
de Preto
Alguns meses depois do ocorrido em Varginha ,
Luísa Helena Silva e suas filhas, Liliane e Valquíria, testemunhas primárias do
caso, haviam recebido a visita de quatro homens vestidos de terno escuro, que
não quiseram se identificar. O objetivo central desse contato foi simplesmente
apresentar uma proposta de suborno à família. Os homens estavam dispostos a
pagar o dinheiro que fosse necessário para que as filhas desmentissem o caso,
ou seja, que negassem ter avistado a criatura no dia 20 de janeiro. Disseram
que voltariam depois para saber a resposta. Informaram ainda que, caso
aceitassem, seriam levadas para dar uma entrevista a um canal de televisão fora
da cidade, para que desmentissem seus depoimentos anteriores.
Dona Luísa se negou a aceitar o dinheiro, pois
afirmou que não queria que suas filhas passassem por mentirosas.
No dia 18 de janeiro de 1997. Dona Luísa teve de
permanecer até as duas da manhã no emprego, para que sua patroa cumprisse um
compromisso social. Ao ir para casa, estava sem dinheiro para apanhar um táxi.
Desceu a Avenida Rio Branco, no centro de Varginha, pretendendo percorrer todo
o restante da praça central, passando pelo lado direito da Igreja Matriz, para
apanhar o longo percurso que a levaria até seu bairro. Não havia ninguém na
rua. Raramente passava um ou outro carro. Um automóvel de cor preta aproximou-se
devagar, dirigido por um homem e trazendo um outro no banco de trás. Pararam e
não ofereceram, mas disseram imperativamente que iriam lhe dar uma carona.
Assustada, olhou para os lados para ver se algum fortuito transeunte poderia
lhe servir de escudo contra aquela gentileza preocupante. Não houve
alternativa. O motorista saiu do automóvel, abriu a porta e aguardou, com olhar
frio, que ela entrasse. Com o coração disparado e começando a suar, dona Luísa
reconheceu seu benfeitor: era o líder dos quatro visitantes de antes, que
haviam comparecido à sua residência.
O automóvel tomou o rumo do Bairro da Vargem, saindo da cidade. Com menos de um quilômetro de estrada de terra, parou próximo a uns arbustos. Estava escuro e sem Lua. O motorista acionou uma luz lateral na parte interna da capota. “A senhora nos conhece, está lembrada de mim? A gente já esteve na sua casa. Jamais vamos fazer algum mal para a senhora”. O cidadão do banco de trás não pronunciou uma palavra. Ambos trajavam terno escuro, aparentemente de cor preta, e estavam engravatados. Estacionaram no pequeno mato logo após o término do asfalto. O local é fácil de ser identificado. “Fique calma, que a gente não vai fazer nada com a senhora. Queremos pedir segredo, mas daquela vez a senhora acabou conversando com os ufólogos, foi para a imprensa. Não sei porque, mas a senhora acabou falando, precipitou-se. Agora, a gente vai falar mais a sério com a senhora, pode ficar tranquila e confiar na gente”.
É óbvio que o insistente MIB desejava, a todo
custo, convencê-la a se sujeitar a um plano de reconsideração do que ela e as
filhas tinham afirmando publicamente. E o fazia utilizando-se de uma mansidão
destinada a convencer uma modesta cidadã. Eles pediam para que ela e as meninas
dessem um depoimento renunciando a tudo que já haviam declarado, “que tudo não
tinha passado de uma brincadeira que assumiu proporções muito grandes”. Para
que dona Luísa ficasse mais tranqüila, prometeu aquele senhor que tal
entrevista seria gravada na própria cidade de Varginha, num local discreto e
previamente preparado. Para tanto, as três garotas afirmariam que haviam
fantasiado o que viram, confundido, por exemplo, um amigo que se vestira
estranhamente com a finalidade de assustá-las, algo assim.
Os homens garantiram que o dinheiro que elas
receberiam valeria a pena. “E vocês dirão que foram os ufólogos que afirmaram
que se tratava de um ser de outro planeta”. Excelente sugestão do MIB, caso
fosse inteligente. Porque, ao que tudo indicava, não era muito afeto a uma boa tática
usada por serviços de inteligência. Era público e notório que as garotas jamais
afirmaram ter avistado um ET, um extraterrestre ou habitante de outro planeta.
Os MIBs realmente trajavam preto, ou um terno bem escuro, como convém a tantas
outras classes. O da frente acionou novamente a lâmpada do teto e apanhou duas
fotografias no console de trás, no meio dos bancos. “Olhe isto, para a senhora
confiar na gente”. As fotografias estavam copiadas em papéis de tamanho ofício,
uma vertical e outra horizontal. Numa delas havia uma criatura deitada,
aparentemente morta, com caroços grandes como pelotas na cabeça. A foto foi
tirada de lado, com a lateral direita da criatura visível, de corpo inteiro.
Ela possuía três dedos compridos, muito grandes, pernas muito finas e pés
enormes. O braço estendia-se até bem abaixo do joelho. Estava sem roupas.
A outra foto mostrava uma criatura idêntica de
pé, aparentemente viva, com olhos saltados e vermelhos, arregalados e de lábios
muito finos, esticados anormalmente para os lados, como se a boca se
estendesse. Parecia encostar-se numa parede de tijolinhos, sem reboco. Segundo
o interlocutor, o ser deitado achava-se embalsamado. “Este, de pé, está vivo.
Quero que a senhora olhe bem para ver”. Pediu mais uma vez que confiasse. Dona
Luísa ainda suplicou: “Se eu resolver tomar a decisão de levar minhas filhas
isso vai pegar mal para todos, porque o que viram é a pura verdade. Por que
vocês não jogam limpo, se tudo isso é verdade, gente?” Seu interlocutor foi
preciso na resposta: “Olhe, a senhora está fazendo muita pergunta. Quem faz
perguntas aqui somos nós”.
Dona Luísa insistiu em saber sobre quem e de onde eram, por que insistiam em esconder os fatos etc. Não lhe responderam. Há, no entanto, um detalhe extremamente importante no diálogo mantido. Por várias vezes, afirma a mãe das garotas, ela teria implorado para que a deixassem ir. Em tais ocasiões utilizara a expressão “pelo amor de Deus!” Aí, sim, ocorreu uma reação de tom mais hostil, por parte daquele homem. “Pare de falar ‘pelo amor de Deus’ toda hora! Chega de falar pelo amor de Deus, confie em mim”, exigiu o interlocutor, o que demonstrava estranha, curiosa, inesperada e visivelmente sintomática reação de um agente secreto. Após ter sido bastante incisivo em determinar que parasse com aquele tipo de súplica, continuou insistindo pela ida das meninas para “fazer uma entrevista conosco, só isto, não queremos prejudicar”. E que para tanto pagariam em dólares.
Certamente, aqueles homens mostravam as fotos
para que ela percebesse que, se as criaturas chegassem a ser descobertas, isso
viraria pânico. Dona Luísa, que pretendia livrar-se o mais rápido possível
daquela situação, forneceu o telefone da residência onde trabalhava como
doméstica e prometeu falar novamente com as filhas. Disse posteriormente que
achava os visitantes muito chiques, vestindo-se bem. “É gente preparada, rica,
pelo que se nota, de ótima posição”. Ao final da conversa, deixaram-na
relativamente longe de casa, tendo ela que subir toda uma avenida a pé, após
atravessar uma longa via asfaltada que lhe dava acesso. Já era por volta de
cinco da manhã. Pelo visto, a insistência durara cerca de três horas.
Posteriormente, foram exibidos por ufólogos vários desenhos e interpretações
artísticas para que ela pudesse comparar com o que observara nas fotos
mostradas pelo MIB preocupado com expressões de cunho religioso. Nada era
parecido.
A existência da foto horizontal mostrando uma
criatura deitada é de suma importância. O muro de tijolinhos e sem reboco, da
mesma forma. Durante a repercussão do caso, inúmeros desenhos, alguns
tridimensionais e confeccionados por excelentes profissionais, correram o
mundo, retratando sempre um ser à frente de um muro. Isso porque o avistamento
das três garotas acusa a existência de um muro de tijolos a que se encostava a
criatura. A possibilidade de terem sido mostrados desenhos àquela senhora é
perfeitamente plausível. Homens de Preto? Agentes secretos? Militares? Agentes
de instituições moralistas? Como instituições, e como moralistas, poderíamos
encontrar muitas. Depende do sentido amplíssimo que se possa dar ao conceito de
moralista.
Mas aquela segunda abordagem, mais incisiva que a
primeira, ainda não surtira o efeito desejado. O tal serviço de inteligência
teria entrado em desespero e resolvera tentar uma última cartada, o que não
parece ser método habitual de algum órgão desse tipo. O mesmo cidadão, o único
que interpelou dona Luísa em ambas as ocasiões, de fato resolveu procurar sua
patroa – e de dia! À época, sua empregadora era uma bacharela em direito,
pessoa culta e de respeito, ainda hoje funcionária de importância no Fórum de Varginha.
Duas semanas após a última abordagem de Luísa, tal cidadão procurou-a para que
ajudasse a conversar com sua empregada e a levar suas filhas para
“esclarecerem” tudo. E prometeu voltar, o que não fez até hoje.
Uma
testemunha ocular do caso ET de Varginha
Uma testemunha ocular do famoso "Incidente
em Varginha" conta seu relato incrível sobre o que presenciou naquele
janeiro de 1996. Essa testemunha participou da operação militar que encontrou o
ET. Sua identidade é mantida em sigilo.
"Eu servia na escola de Sargentos das Armas
em Três Corações no ano de 1996. Estava em casa, quando recebi ordens para me
dirigir rapidamente para o quartel. Eu era do Pelotão de Operações Especiais e
aquele tipo de chamado era comum. Fui um dos primeiros a chegar no quartel.
Embarcamos em uma viatura, com efetivo de 04 soldados, 03 sargentos, 02
oficiais e rumamos para a cidade de Varginha. Ninguém nos dizia o que estava
acontecendo. Não sabíamos, até então, para onde íamos e qual era nossa missão.
Não estranhei o procedimento, pois era normal
recebermos esse tipo de missão inopinada como exercício (no jargão militar
chamamos de "manda brasa"). Parecia só mais um exercício de rotina,
só a presença de um oficial superior (um Major), no comando da operação saia da
rotina. Chegamos na cidade com o toldo da viatura abaixado, e ficamos parados
por um tempo aguardando ordens. Recebemos ordens para desembarcar perto de uma
mata na periferia da cidade. O oficial no comando nos reuniu e disse que nossa
missão era "capturar um animal na mata". Perguntei se era preciso
fazermos um "pente fino" (uma busca) na área, e o comandante nos
informou que o "bicho" já estava isolado e que não devíamos em
hipótese alguma feri-lo. Fomos divididos em dois grupos, um faria a captura e o
outro faria a segurança. A ação foi rápida. Entramos na mata e cercamos o
animal.
Até então tudo parecia uma missão simples. Um
companheiro chegou a reclamar "P... m..., me chamar em casa para pegar
bicho!?". Ao nos aproximarmos percebi que o animal era totalmente
diferente de tudo que eu já tinha visto na minha vida. Todos ficaram assustados
com a estranheza do tal "bicho".
Chegamos a pensar que era uma simulação, algo
para testar nossa reação. Capturamos a criatura facilmente pois a mesma não
esboçou qualquer reação. Neste momento fomos surpreendidos por uma segunda
criatura que apareceu, e veio em nossa direção de uma forma ameaçadora. Um dos
soldados, que fazia segurança se assustou, disparou o fuzil e acertou a
criatura. Recolhemos as duas criaturas e colocamos na viatura. Os soldados
receberam ordens para embarcar em uma outra viatura, que seguiu para o Hospital
da cidade (era uma finta, para desviar a atenção da população). Eu e mais dois
sargentos embarcamos juntos com as criaturas com os dois oficiais que
embarcaram na cabina da viatura, e rumamos para Três Corações. Chegamos no
quartel e militares da 2ª Seção (seção de inteligência e informações) nos
interrogaram separadamente. Em seguida foi dado uma explicação para o que tinha
acontecido, mas não era convincente, depois aos sargentos foi dada outra
completamente diferente, e nos foi pedido sigilo. Esta ultima explicação, na
época foi convincente (prefiro não comentar sobre tal versão, pois a mesma é
oficial e confidencial), mas nada foi mencionado sobre naves e seres espaciais.
Ficamos no quartel por uns dias (uma espécie de "quarentena"), depois
fomos liberados, mas mesmo assim tínhamos que toda noite, durante um certo
tempo, responder ao pernoite (dormir no quartel).
A história sobre Et, fiquei sabendo pela TV. Até
uns dois anos depois do ocorrido, mesmo tendo participado do fato, nunca
acreditei na versão da mídia e sim na versão apresentada. A semelhança das
criaturas com um macaco dava sentido a versão do Exército. Elas eram muito
parecidas com o macaco aranha, um macaco da região amazônica. O tamanho, os
membros alongados, a falta do polegar na mão, entre outros detalhes. A estranha
aparência humana também fazia sentido, pois a criatura não tinha pelos. A pele
da que estava viva era extremamente clara e da outra um pouco mais escura. A
cabeça era um pouco desproporcional ao restante do corpo e o rosto lembrava uma
criança recém nascida, apesar do nariz ser bem pequeno e chato, semelhante ao
do macaco em questão. Fiquei na duvida sobre o sexo das criaturas, pois não era
possível ver a genitália dos seres, mas a massa corporal do que estava morto
era bem maior do que o outro, o que nos fez pensar que o morto era macho e o
vivo uma fêmea. Na versão oficial a criatura se tratava de um animal, mas
alguns detalhes me levaram a crer que o ser possuía inteligência.
Exemplo disso foi quando meu companheiro apontou
a arma para a criatura e esta tomou uma postura defensiva, colocando as mãos
protegendo o rosto. Percebi também que o ser olhava de maneira desconfiada para
o sargento que falava num tom mais alto e que lhe apontou a arma. Ela também
olhava para o outro ser morto mostrando um certo pesar, e em determinado
momento começou a emitir um som que não seria especulação dizer que era um
choro. A prova mais incrível da sua racionalidade foi quando retirei da minha
mochila uma manta de velame (um pedaço de pano de pára-quedas) e a cobri. Seu
olhar de agradecimento foi algo totalmente humano. Com o tempo outros fatos me
fizeram acreditar que eu estava no meio de uma conspiração, pois os quatro
soldados deram baixa antes do tempo, e nunca mais tive noticias dos mesmos.
Um dos sargentos envolvidos também sumiu, e seu
nome não mais consta nos registros do Exército. Continuei mantendo contato com
o outro sargento, que foi transferido no ano seguinte. Nós dois tivemos um
mesmo problema de saúde, uma seria inflamação no olho direito (no caso dele
esquerdo) e ambos tivemos que ser internados na mesma época. Exatamente um ano
depois da primeira internação, eu tive outra inflamação, desta vez no outro
olho. Eu e os outros dois sargentos e o oficial subalterno, num prazo curto,
sofremos punições, todos em circunstancias duvidosas possivelmente para nos
descreditar caso resolvêssemos falar sobre o acontecido.
E difícil dizer o que realmente aconteceu naquele
dia. Na verdade não sei dizer se aquela criatura era realmente um ser de outro planeta.
O único detalhe que me intriga até hoje é o ferimento da criatura morta. O
projetil acertou o tórax da criatura, e mesmo o tiro ter sido disparado a uma
distancia muita pequena o projetil não atravessou o ser. Já vi seres humanos e
animais feridos por tiro de fuzil do mesmo calibre em questão e em todos os
casos, o projetil atravessa com facilidade, mesmo numa distancia bem maior. O
ser não sangrou, mas acho que isso se deve ao fato da munição usada ter sido do
tipo traçante. Um tipo de munição com uma pequena carga de fósforo branco,
utilizada para sinalizar a direção do tiro, mas que cauteriza o ferimento nos
casos de disparos a curta distancia. O único liquido que escorreu em pequena
quantidade na boca do ser, não se parecia muito com sangue, pois o mesmo tinha
uma coloração muito esbranquiçada.
Ainda estou na ativa e por isso preciso ficar no
anonimato, mas futuramente pretendo escrever um livro e fazer revelações
surpreendentes, inclusive sobre a versão oficial. Nos últimos anos venho
guardando vários documentos que podem comprovar vários fatos que narrei e de
alguns fatos que preferi ocultar e revelar posteriormente. "